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Conceitos e considerações sobre antissepsia e assepsia

 A participação efetiva dos profissionais de saúde depende do nosso conhecimento sobre a abrangência das infecções. Essa relação facilita o acesso ao conhecimento sobre as infecções hospitalares. Vejamos, então, alguns conceitos importantes referenciados pelo Ministério da Saúde – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA:

  • Assepsia é o conjunto de medidas adotadas para impedir a introdução de agentes patogênicos no organismo.
  • Antissepsia consiste na utilização de produtos (microbicidas ou microbiostáticos) sobre a pele ou mucosa com o objetivo de reduzir os micro-organismos em sua superfície. (ANVISA).

Os conceitos parecem simples, mas se pararmos para pensar nas atividades desenvolvidas no dia a dia com nossos pacientes percebemos em quais a antissepsia precisa estar presente. Vários são os produtos utilizados, dentre eles destacamos o iodo povidona PVPI, o qual é muito utilizado na antissepsia e degermação. Porém, os diferentes tipos de PVPI são utilizados em diferentes superfícies, e, portanto, vamos conhecer um pouco mais sobre cada um deles?

  • PVPI aquoso: Composto orgânico de iodo, não age na presença de materiais orgânicos e eleva o nível sérico de iodo;
  • PVPI degermante: Utilizado somente em pele íntegra, com a finalidade de remover sujidade e reduzir a flora transitória e residente. Deve ser retirado após o uso. Tem indicação também na degermação da pele, mãos, área cirúrgica e procedimentos invasivos.
  • PVPI alcoólico: Indicado para uso em pele íntegra, após degermação das mãos, com a finalidade de fazer luva química e demarcar a área operatória, reduzindo a flora da pele.

Observe a relação de alguns procedimentos em que a antissepsia é muito importante:

  • Antissepsia da mucosa: desinfecção das mucosas bucal, ocular, vaginal e intestinal, ou dos locais em que pode haver lesão. Solução utilizada: PVPI aquoso.
  • Remoção de sujidade e redução da flora residual e transitória: Degermação da pele, principalmente na área cirúrgica e procedimentos invasivos. Deve ser retirado após o uso. Solução utilizada: PVPI degermante.
  • Cuidados pré-operatórios: Luva química, antissepsia de campo operatório após PVPI degermante, demarcação da área cirúrgica. Solução utilizada: PVPI alcóolico.

Como vimos anteriormente, o PVPI degermante é muito utilizado como antisséptico dergemante. Lembre-se, de que ele é utilizado somente em pele íntegra, antes de procedimentos invasivos e nas mãos da equipe cirúrgica, com tempo residual de 2 a 3 horas.

Convém lembrar que o antisséptico clorexidine aquoso faz a antissepsia, antes de procedimentos invasivos, com um tempo de ação residual de 5 a 6 horas. Já o álcool a 70% glicerinado tem ação imediata e faz a antissepsia de procedimentos que não necessitam de efeito residual por serem de curta duração.

A antissepsia das mãos

Em unidades de terapia intensiva, berçário de alto risco, unidades de transplantes, hematologia e na realização de pré e de pós-procedimentos e exames invasivos deve ser realizada utilizando-se a mesma técnica de lavagem das mãos, incluindo os antebraços, porém, usando os antissépticos acima citados.

Ao utilizar PVPI ou clorexidine não utilizar álcool a 70% imediatamente após, pois este inativa a ação residual dos mesmos. O uso do PVPI é contraindicado em recém-natos e grandes queimados devido a sua absorção transcutânea de iodo, podendo acarretar hipertireoidismo. A clorexidine deve ser utilizada em caso de pacientes ou funcionários alérgicos ao iodo.

Para que você considere a importância da antissepsia e dos procedimentos invasivos, é importante lembrar alguns procedimentos invasivos.

  • Tubos orotraqueais associados ao ventilador artificial;
  • Cateteres venosos centrais;
  • Cateteres arteriais;
  • Cateteres para monitoração de pressão intracraniana;
  • Sondas e drenos em cavidades, órgãos ou espaços.

Assepsia

É o “conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de micro-organismos em local que não os continha” (MS).

Conforme a definição, a prática da assepsia se utiliza de meios apropriados para impedir a introdução de micro-organismos no organismo. Ela difere da antissepsia, pelo fato de não empregar agentes terapêuticos.

Neste contexto, os profissionais de saúde utilizam medidas de assepsia para evitar, direta ou indiretamente, a transmissão de micro-organismos.

Vejamos, então, algumas medidas assépticas importantes nas nossas atividades diárias:

  • Usar meios assépticos para manuseio de alimentos, pratos e utensílios usados na alimentação;
  • Utilizar técnicas rigorosas para lavagem das mãos e higiene pessoal meticulosa;
  • Cozinhar e armazenar adequadamente os alimentos;
  • Usar adequadamente os equipamentos descartáveis;
  • Desinfectar a unidade do paciente, após a alta;
  • Usar máscaras, luvas, aventais etc., nas áreas de isolamento;
  • Limpar e esterilizar adequadamente os equipamentos hospitalares;
  • Descartar adequadamente os resíduos hospitalares e os materiais contaminados etc.

Podemos agora acrescentar a estas duas primeiras definições outra prática na nossa rotina:

Degermação

Esta prática é a “remoção de sujidades, detritos, impurezas e microbiota transitória da pele através do uso de sabão e detergentes sintéticos.” (MS).

Muito utilizado na degermação é o PVPI, usado apenas em pele íntegra, antes de procedimentos invasivos e nas mãos da equipe cirúrgica, com tempo residual de 2 a 3 horas.

Desinfecção

É a “destruição de agentes infecciosos que se encontram fora do corpo, por meio de exposição direta a agentes químicos ou físicos”. (MS).

A desinfecção pode ser concorrente quando “a aplicação de medidas desinfectantes ocorre o mais rápido possível, após a expulsão de material infeccioso do organismo de uma pessoa infectada, ou depois que a mesma tenha se contaminado com o referido material”. (MS).

Portanto, de acordo com esses conceitos, você pode verificar que a desinfecção reduz ao mínimo o contato dos indivíduos com materiais ou objetos infectados.

Pode ainda ser desinfecção terminal “desinfecção feita no local em que esteve um caso clínico ou portador, ocorrendo, portanto, depois que a fonte primária de infecção deixou de existir (por morte ou por ter se curado), ou depois que ela abandonou o local”. (MS).

Importante: o álcool a 70% (etílico e isopropílico), bactericida viruscida e tuberculocida não destrói esporos bacterianos.

O nível de desinfecção desse produto é médio e baixo; é inflamável e deve ser estocado em área fresca e ventilada; é volátil, evaporando facilmente. Faz-se necessária a imersão do artigo (pinças, tesouras etc.), para que se alcance tempo maior de contato. Considere-se, ainda, que este produto tem efeitos desfavoráveis, deformando e endurecendo materiais de borracha e alguns plásticos. O álcool a 70% faz a desinfecção de superfície contaminada, dependendo de seu uso após limpeza e fricção por 3 vezes consecutivas.

Quaternário de amônio (composto de 1ª, 2ª e 3ª gerações, é bactericida, viruscida (para vírus lipofílicos) e fungicida; não é tuberculocida; elimina o vírus HIV 1 (AIDS); herpes simples 1 e 2 segundo estudos feitos pela Eviroment Protection Agency (EPA). Confere desinfecção de baixo nível e é basicamente indicado para fazer sanitarização de artigos não críticos (comadres, potes plásticos).

Hipoclorito líquido (hipoclorito de sódio); sólido (hipoclorito de cálcio) dicloroiso, cianureto de cálcio, tem ação bactericida, viruscida, fungicida, tuberculocida, destrói alguns esporos. Possui desinfecção de alto, médio e baixo níveis de acordo com a concentração e tempo de contato. Deve ser estocado em recipientes plásticos opacos e fechados. Indicado pela vigilância como único desinfectante.

Agora veja qual o produto que faltou ser ofertado. Pois é o mais simples, água + sabão para limpeza e remoção de sujidades em varredura úmida.

Deixo para reflexão a importância da adoção das medidas de assepsia, antissepsia e desinfecção em suas ações para um melhor atendimento aos pacientes e para a sua segurança pessoal.

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